Choro e riso no Watsu & Healing Dance: como, quando e porquê

Na sua vertente terapêutica, Watsu e Healing Dance, actuam igualmente no equilíbrio emocional.

Não sendo cura em si mesmas, as duas técnicas promovem o momento e o espaço ideal, seguro e de escuta interna que pode levar a uma libertação de bloqueios emocionais.

 

Watsu e Healing Dance, juntam a água (desde sempre ligada às nossas emoções) e o toque (desde sempre ligado ao que é terapêutico, à nutrição emocional) e, a estes dois, a conexão, em presença e escuta.





Apesar do assunto do equilíbrio emocional e da saúde mental parecer estar agora a despertar mais interesse ou maior cuidado, choro e riso são manifestações físicas de emoções aceites e comuns nas minhas sessões, desde sempre.

 

Quando as emoções afloram no decorrer de uma sessão, são bem-vindas, acolhidas. Há um convite à escuta, há tempo e espaço para que, em segurança, possam ser recebidas sem constrangimentos, sem perguntas, sem análise profunda, sem palavras.

A possibilidade da lágrima que pode surgir no canto do olho, a vontade de aceitar essa lágrima, deixar que ela corra pelo rosto e que outras lhe possam seguir.

 

Às vezes, a lágrima chega e há uma tentativa de conter. Outras, chega e é aceite. Nesses momentos, chora-se. O sal que temos dentro, junta-se à água que nos acolhe e sustenta. As emoções querem sair de dentro e soltarem-se nas águas quentes que nos envolvem, querem ser onda, espiral, querem sair da quietude e partir para o movimento maior dos biliões de gotas de água da piscina.

 

Chora-se de alegria e chora-se de tristeza. Chora-se de dor e de alívio. Chora-se baixinho, chora-se mais alto. Chora-se em pranto. E respira-se fundo. A respiração ganha uma importância que parece despercebida noutras sessões. A respiração tem um papel activo e assume, alternadamente com o choro, ser parte do processo e desta libertação.

Há uma descarga real que acontece. No corpo, há coisas a acontecer que não são visíveis, há células a comunicar, neurónios com conexões novas, há processos químicos lindos cá dentro.




 

O nosso corpo produz 3 tipos de lágrima:

1.   Lágrimas basais: são tão pequenas quanto imperceptíveis e têm a função de lubrificar a córnea. São compostas de água, sais minerais e gordura;

2.   Lágrimas reflexivas: são mais ocasionais e manifestam-se quando reagimos a elementos externos que entram no olho (pó, impurezas, pestanas...). A sua composição é igual às lágrimas basais.

3.   Lágrimas emocionais: manifestam-se quando nos emocionamos (nos bons e nos maus momentos) e a sua composição contém, para além da água, sais minerais e gordura, mais proteínas. São, por isso, mais viscosas o que reduz a velocidade a que correm pelo rosto, cumprindo a sua função de serem vistas e, assim, criarem laços. Estas lágrimas expulsam magnésio (mineral que afecta o humor) e químicos que reduzem o stress e a dor.

 

 

O riso, à semelhança do choro, cumpre também a função social de criar ou manter laços e promove, no cérebro, a produção de químicos que promovem relaxamento e diminuição de dor.

O riso surge nas sessões de forma espontânea, inesperada. Liberta emoções. 

Do sorriso contido, ao rasgado, passando pela gargalhada até ao riso incontrolado, são todos bem-vindos, acolhidos da mesma forma, no mesmo tempo e espaço.

 

Quando rimos, aumentamos os batimentos cardíacos, o fluxo sanguíneo e a oxigenação dos tecidos. Os nossos pulmões absorvem mais oxigénio, tornando a expiração mais forte o que permite eliminar o excesso de dióxido de carbono... e ficamos, assim, com os pulmões mais limpos.


No choro e no riso, o princípio terapêutico é o de manter o espaço seguro para acolher qualquer ser humano, sem interpretar, questionar, falar, sem tentar “fazer” daquele momento ou daquele ser humano outra coisa.


A cada sessão, o movimento, a técnica, a entrega ao momento e à possibilidade de Ser e Estar consigo mesmo, de se escutar, de deixar ir, de processar e libertar... De se sentir, de se aceitar, de incondicionalmente se sentir seguro e parte de um todo, sendo individuo, sendo célula e luz e vibração. Sendo ritmo próprio, com a sua côr, com tudo o que traz dentro e tudo o que deita fora ou integra. Com o seu corpo e a sua alma.


 

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